A chanceler alemã, Angela Merkel, acredita que a proibição do Twitter do presidente dos EUA, Donald Trump, é “problemática” porque as regras em torno da liberdade de expressão devem ser estabelecidas por legisladores, e não por empresas de tecnologia, disse seu porta-voz na segunda-feira.
O porta-voz Steffen Seibert concordou com a decisão do Twitter de sinalizar os tweets de Trump, já que os operadores de redes sociais devem evitar que suas plataformas sejam “envenenadas pelo ódio, por mentiras e pelo incitamento à violência”. Mas ele argumentou que banir a conta de Trump foi um passo longe demais:
A liberdade de opinião é um direito fundamental de importância elementar. Este direito fundamental pode sofrer interferências, mas através da lei e dentro do quadro definido pelo legislador, não de acordo com a decisão da gestão das plataformas de mídia social. ”
Merkel se junta a uma lista crescente de políticos europeus proeminentes que criticaram o Twitter sobre a conta pessoal de Trump “devido ao risco de mais incitação à violência” após os tumultos mortais no prédio do Capitólio dos EUA.
O ministro das finanças francês, Bruno Le Mair, alertou que “a regulamentação do mundo digital não pode ser feita pela oligarquia digital”, enquanto o secretário de saúde britânico Matt Hanock disse que a medida mostra que os gigantes da mídia social estão agora “tomando decisões editoriais”.
Acho que levanta uma questão muito importante, que significa que as plataformas de mídia social estão tomando decisões editoriais. E essa é uma questão muito grande porque levanta questões sobre seus julgamentos editoriais e a maneira como são regulamentados.
O líder da oposição russa Alexie Navalny chamou a suspensão do Twitter de um “ato inaceitável de censura” que seria explorado por regimes autoritários.
Navalny sugeriu que o Twitter criasse um comitê transparente e um processo de apelação para tais decisões. Mas Merkel prefere que os EUA sigam o exemplo da Alemanha e fortaleçam a regulamentação das empresas de mídia social.